A generalização do uso de plásticos em todas as esferas da produção e do consumo promoveu formas de uso único e descartável. Esse recurso a um material produzido a partir de matérias fósseis potenciou emissões de gases com efeito de estufa e a acumulação descontrolada de resíduos muito duradouros. Esse problema atinge o território global, mas também os oceanos, onde há mais de vinte anos flutuam gigantescas ilhas compostas de resíduos plásticos e que não param de crescer. Em Portugal, o plástico está largamente fora de controlo: os resíduos de plástico reciclados triplicam as quantidades introduzidas na cadeia de forma regular. A cadeia não tem registo e a cobrança de taxas não ocorre. As metas de reciclagem ficam por cumprir mantendo-se muito relevante o depósito em aterro.
A resposta a este problema tem sido insuficiente. Em breve entrará em funcionamento um sistema-piloto de devolução de garrafas de plástico em supermercados mediante prémios ao consumidor. No entanto, faltam as medidas de início de linha e de responsabilização da cadeia de produção e distribuição. A produção deve obedecer a necessidades sociais e à sustentabilidade do planeta, pelo que deve existir a transição do plástico para materiais biodegradáveis e do descartável para o permanente/reutilizável. Essa é a transformação que falta fazer e que nos propomos levar a cabo.
A estratégia para enfrentar um modelo insustentável deve a prioridade à redução, o pilar mais esquecido dos 3 R. O uso único deve ser absolutamente excecional e dar lugar à reutilização, o que implica ruturas fortes com um modelo insustentável.
Em Portugal, o plástico está largamente fora de controlo: os resíduos de plástico reciclados triplicam as quantidades introduzidas na cadeia de forma regular.